A soja e a celulose têm sido os principais motores da balança comercial de Mato Grosso do Sul em 2023, contribuindo para um superávit de US$ 3,71 bilhões no acumulado do ano. As exportações totalizaram US$ 5,098 bilhões, enquanto as importações somaram US$ 1,38 bilhões no período de janeiro a junho. Comparado ao ano anterior, houve uma redução de 6,20% no valor das exportações e uma queda de 12,1% nas importações.
Principais Produtos Exportados
De acordo com a Carta de Conjuntura Comércio Exterior, elaborada pela Coordenadoria de Economia e Estatística da Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a soja liderou as exportações, representando 37,94% do total, o que equivale a US$ 2,3 bilhões. A celulose ficou em segundo lugar, com 20,49% de participação e receitas de US$ 771,6 milhões. A carne bovina foi o terceiro produto mais exportado, com US$ 443 milhões.
Análise do Desempenho
Jaime Verruck, secretário da Semadesc, destacou os resultados positivos na exportação de carne bovina, atribuídos ao credenciamento de frigoríficos para a China. Ele observou que a habilitação dos frigoríficos tem favorecido o crescimento das exportações do estado. Verruck também comentou sobre a celulose, mencionando um aumento de 35% nas exportações em relação ao ano anterior, indicando um mercado dinâmico e forte para este produto.
Importações
No campo das importações, o gás natural foi o principal item, representando 43,64% do total importado, seguido por adubos (10,24%) e cobre (6,62%). Verruck explicou que a redução nas importações de gás natural impacta a arrecadação do estado, devido à queda na capacidade de fornecimento da Bolívia. A produção de ureia pela Bolívia também diminuiu, afetando as importações de adubos.
Destinos das Exportações
A China continua sendo o principal destino das exportações de Mato Grosso do Sul, absorvendo 49,32% das vendas externas, seguida pelos Estados Unidos (5,50%) e Países Baixos (4,38%).
Setores de Atividade
A indústria de transformação registrou um leve aumento de 0,32% nas exportações. Em contrapartida, a agropecuária apresentou uma queda de 14,39% no volume exportado, reflexo de uma redução na atividade agropecuária devido à quebra de safra e à retenção de grãos pelos produtores, que aguardam uma melhora nos preços. A indústria extrativa, por sua vez, teve uma alta de 17,89% no valor das exportações, mostrando um desempenho positivo no setor.
Desempenho por Municípios
Entre os municípios, Três Lagoas liderou como maior exportador, responsável por 23,82% das exportações do estado, seguido por Dourados (8,56%), Antônio João (5,14%) e Campo Grande (4,46%).
Perspectivas
A expectativa é que a queda nas exportações de soja, especialmente no segundo semestre, seja revertida à medida que os produtores comecem a negociar seus estoques. Já a exportação de minério de ferro enfrenta desafios devido à restrição de calado no rio Paraguai, causada pela crise hídrica, o que tem atrasado o volume exportado.
Em suma, apesar dos desafios, a balança comercial de Mato Grosso do Sul continua robusta, impulsionada principalmente pela soja e celulose, com perspectivas de recuperação em outros setores no decorrer do ano.